História da Romaria Imaculada Conceição, padroeira do município do Campo Erê
Campo Erê ainda era distrito de Chapecó quando na Linha Faxinal já existia uma boa infraestrutura, entre elas destacamentos das policias de Santa Catarina e do Paraná, comércios em geral e a Igreja.
Lá a Santa Imaculada Conceição ficou para traz quando tudo foi se transferindo para onde hoje é a cidade de Campo Erê.
Famílias e religiosos então resgataram a Santa e a trouxeram para a igreja matriz a aproximadamente 44 anos.
De lá para cá todos os anos teve a caminhada com a Santa que sai da igreja matriz do centro até a linha Faxinal aproximadamente seis quilômetros onde la é rezada a missa em homenagem a Padroeira de Campo Erê.
Veja como foi as romarias desde 2009 quando o portal iniciou as atividades
Historia do Monge João Maria
A dificuldade do povo leva-os em busca do sobrenatural. O
planalto catarinense vivia uma crise profunda no final do século XIX, os pobres
eram acometidos por pestes, fome e desesperança. Neste contexto aparecem os
três monges: João Maria, João Maria de Jesus e José Maria de Jesus.
Sendo parecidos entre si, pregavam contra a república,
catástrofes que assolariam o povo e o fim do mundo, davam remédios à base de
ervas, benziam, batizavam e faziam todos os tipos de milagres ao povo miserável
do planalto. O segundo monge João Maria de Jesus percorreu o planalto e rumou
para o oeste de Santa Catarina, sempre fazendo milagres e aumentando sua fama
sendo considerado Santo por seus devotos.
Acredita-se que ele tenha atravessado a fronteira e entrado
na Argentina e se dirigido ao Paraguai. O mito do Santo fica impregnado na
memória do povo, principalmente porque algumas de suas predições se cumpriram,
refiro-me a Guerra do Contestado.
Em 1911, aparece outro monge dizendo chamar-se José Maria de
Jesus e que era primo de João Maria de Jesus. Mas, na verdade se chamava Miguel
Lucena de Boaventura. Alguns historiadores afirmam que o terceiro monge era na verdade um desertor
da polícia do Paraná. Esse é o monge que foi um dos protagonistas da terrível
Guerra do Contestado (1912-1916), José Maria conseguiu arregimentar grande
quantidade de caboclos, em sua maioria prejudicados pela atuação de empresas do
grupo do empresário Percival Farquar que construiu a estrada de ferro Rio
Grande – São Paulo.O monge João Maria ruma para o sudoeste do Paraná, agora com
o status de Santo, chega a Palmas, Clevelêndia, o ano era 1904 e sua caminhada
rumava para a Argentina. São João Maria andava devagar, sempre trabalhando com
seu público composto por miseráveis que em sua maioria eram explorados
,abandonados, enfermos que não tinham nenhum recurso. Os milagres do Santo
aconteciam diariamente, por onde ele passava ficava sua fama de “santo
“andarilho. Do sudoeste do Paraná o monge entrou no oeste de Santa
Catarina,percorrendo uma das peabirú (estrada dos índios) que levaria para San
Pedro na Argentina.
Aproximadamente nos anos de 2012 a 2013 João Maria chega Campo Erê,na Linha
Faxinal, onde segundo a lenda dormiu numa gruta e no dia seguinte surgiu uma
mina de água que fazia milagres aos que bebessem daquela água. Em Campo Êre
João Maria teria ficado aproximadamente durante seis meses percorrendo aquela
terra e ajudando o povo que em sua maioria eram tarefeiros (trabalhadores da erva-mate), principal
atividade daquela época na região. Os milagres que João Maria fez através de
rezas, benzimentos e remédios de ervas ficaram muito conhecidos naquele lugar.
De Campo Êre, João Maria rumou para Dionísio Cerqueira,
povoado fundado em 1903 em homenagem a Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira
chefe da expedição de demarcação da fronteira entre Brasil e Argentina. O monge
sempre se deslocava a pé, onde ele dormia seus devotos fincavam uma cruz em
devoção a ele, suas rezas eram muito popular entre os caboclos,esses carregavam
orações escrita que supostamente os protegeria, como uma encontrada num amuleto
que pendia do peito de um caboclo:
- “Espada elética pertence a Antonio de Souza, nobre
cavaleiro de São Sebastião em nome do Santo João Maria quem atira no meu corpo
atira na
hóstia consagrada porque entre a pórvra (pólvora) e a
espoleta Jesus Cristo fez morada”. Sachet. 2001.
Grande era a fé dos caboclos que já rezavam em nome do Santo
João Maria, que era praticamente adorado. Tornou-se um ídolo para seus devotos,
esses misturavam a crença católica com o misticismo caboclo de devoção a santos
que a Igreja não reconhecia. Ao chegar na região da fronteira João Maria
dirigiu-se para uma comunidade que hoje se chama Separação. Em Dionísio
Cerqueira João Maria permaneceu cerca de nove meses onde percorreu todas as
comunidades. Segundo a lenda o monge teve uma visão e disse: vejo um grande dragão, que se estende
sobre essa região, a cabeça está em San
Pedro, o corpo sobre a região de Dionísio Cerqueira e a cauda em Clevelândia,
toda a região onde se encontra o dragão não vai se desenvolver durante cem
anos. Se for lenda ou não, o caso é que de San Pedro passando por Dionísio até
Clevelândia em quase cem anos pouco desenvolvimento houve, sendo uma das regiões
mais pobres do oeste catarinense, sudoeste do Paraná e leste da província de
Misiones, Argentina.
Após permanecer algum tempo na fronteira João Maria rumou
para San Pedro, Argentina, onde foi visto pela última vez, sua meta era chegar
ao Paraguai. Depoimentos de dois Pioneiros da Fronteira sobre o Monge.
“Óia ele era meio a trote assim, e veio, já o carçado dele
era uma paragata, tipo pargata. A ropa tinha, era ropa cumum assim, tinha barba
e era morenasso. Óia quando ele teve em Faxinar, Campo Erê, ele dormiu num luga
seco no utro dia amanheceu um oio
d’água, tudo o pessoar levava água pra remédio...” Segundo o entrevistado, ele
teria conhecido pessoalmente o monge. O segundo entrevistado é o senhor Raul
Silva Dico, de 90 anos de idade, residente em Bernardo de Irigoyen - Misiones -
Argentina. Perguntado se havia
ouvido falar de João Maria respondeu:
Si yo sentí hablar de un monje, San Juan Maria se llamaba, a el yo tenía como um santo el vino hasta acá en Argentina y de aquí volvió, volvió al Brasil, tuvo hasta Campo Ere y hay un lugar donde, donde el durmió en Campo Ere que dice, decía la gente cierto, donde el durmió había un lugar que brotaba el agua, una vertiente,