Justiça - 08 de Abril de 2016 - 15h42

Em despacho inusitado, juiz de SC cita 'sol abrasador' e 'fezes de porco'

Juiz de Direito Rubens Sérgio Salfer / Foto: Câmara de Vereadores de Cricíuma

Decisão está relacionada a preso, que foi mandado para presídio agrícola.

Despacho chamou atenção e foi reproduzido nas redes sociais.

O cabo da enxada, o amanhecer na madrugada para cultivo das terras, o sol abrasador. Parece o trecho de um livro, mas é um documento da Justiça. A sentença, de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, causou curiosidade e foi reproduzida nas redes sociais, como mostrou o RBS Notícias desta quarta-feira (6).

A decisão foi escrita pelo juiz de Direito Rubens Sérgio Salfer. "A medida que o preso ler essas frases aí, vai pensar algumas coisas quando não tinha calo na mão", afirmou.

Ele teve que decidir o destino de um homem que estava no Presídio de Criciúma por tráfico de drogas. Pela lei, o condenado deveria cumprir o restante da pena no regime semiaberto, em uma penitenciária agrícola.

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Porém, como Criciúma não tem uma dessas unidades, o detento teria a possibilidade de ser libertado. "Na verdade, é trocar um presídio por um spa", afirmou Salfer.

Na decisão inusitada, o juiz decidiu mandar o preso para a Penitenciária Agrícola de Chapecó, no Oeste, a mais de 500 quilômetros de Criciúma.

Na sentença, o juiz afirma que "o ar puro, apesar do cheiro intenso das fezes de porco proveniente da adubação, o cabo da enxada, o amanhecer na madrugada para cultivo das terra, o sol abrasador e a distância dos familiares e das incontáveis vítimas (usuários) que fez o apenado só lhe trará benefícios para sua saúde e bem-estar".

Impopularidade em Chapecó

A sentença entrou no sistema do fórum e já se espalhou pelas redes sociais. Em Chapecó, teve quem não gostou da parte em que ele fala do cheiro intenso das fezes de porco. O texto chegou a ser considerado uma ofensa.

O juiz já escreveu outras decisões assim, mas nunca teve problemas. Em 2003, ele fez versos para analisar um pedido de indenização que envolvia a criação de suínos.

na sentença, escreveu:

"os porquinhos coitados,

morreram estraçalhados,

sem que ninguém apontou,

qual bichano lhes matou".

Os versos podem não ter conquistado a todos, mas o juiz disse que não teve a intenção de ofender ninguém. "Não tem desprestígio nenhum", afirmou.


 


Fonte: G1-SC

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  • Reprodução / RBS TV

    Reprodução / RBS TV

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