Economia - 24 de Fevereiro de 2015 - 07h01

Governador de SC avisa que poderá usar a Força Nacional para liberar rodovias

Foto: Divulgação

A terça-feira (24) poderá ser marcada por situações de tensão nos pontos onde estão ocorrendo manifestações de caminhoneiros em Santa Catarina. Durante reunião realizada na tarde desta segunda-feira, 23, entre o governador Raimundo Colombo e o secretário de Agricultura, Moacir Solpesa, ficou definido que, caso seja necessário, a Força Nacional poderá agir no Estado para a liberação das rodovias. Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, Sopelsa afirmou que durante o encontro, os prejuízos da paralisação do setor de transportes foram apresentados ao governador e que o agronegócio é o segmento mais prejudicado até o momento.

Conforme informações do secretário, Colombo articula junto a Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça, e também com a polícia rodoviária federal, a vinda de equipes da Força Nacional para liberação dos pontos bloqueados pelos manifestantes. A medida será tomada caso não haja entendimento entre o governo e as lideranças do protesto. “Vamos usar todos os meios. O primeiro é o diálogo, porém, depois não tem outro caminho”, disse o secretário. Sopelsa ressaltou ainda que é dever do Estado evitar o descumprimento dos direitos básicos de cada cidadão. “O Poder Público tem a obrigação de dar o direito de ir e vir para quem quiser”.

Conforme dados da secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, os setores de produção de frango, leite e suínos são os mais prejudicados. Em Campos Novos e em São Miguel do Oeste, os produtores de leite não conseguem deslocar as cargas pela região. A ração e outros insumos não chegam aos produtores de frangos e suínos e as indústrias vão suspender a coleta do leite nas propriedades rurais a partir desta terça-feira (24).

Também participaram da reunião a cúpula da Secretaria de Segurança Pública; os secretários Nelson Serpa, da Casa Civil; o tenente-coronel Nildo Otávio Teixeira, da Casa Militar; Walter Bier, da Comunicação; e o procurador-geral do Estado, João dos Passos Martins Neto.

O QUE É A FORÇA NACIONAL

A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004 para atender às necessidades emergenciais dos estados, em questões onde se fizerem necessárias a interferência maior do poder público ou for detectada a urgência de reforço na área de segurança. Ela é formada pelos melhores policiais e bombeiros dos grupos de elite dos Estados, que passam por um rigoroso treinamento na Academia Nacional de Polícia (da Polícia Federal), em Brasília, que vai de especialização em crises até direitos humanos.

PRAZO

A expectativa do governo estadual é de que já nesta terça-feira ocorra um entendimento com o movimento grevista. O Poder Público, diz o secretário Sopelsa, reconhece o pleito do setor de transportes, mas as reivindicações só poderão ser atendidas por meio de negociações entre as partes.

A lista de reivindicações da União Nacional de Caminhoneiros, Motoristas e Transportadores contempla 11 itens. São eles:

1- redução do preço do óleo diesel (imposto abusivo)

2- frete por km rodado

3- não cobrar pedágio de caminhão com eixo erguido

4- sinalização e manutenção de estradas

5- praças de paradas para caminhões com infraestrutura 

6- mais segurança nas estradas (roubo de cargas e caminhões)

7- recuperação e revitalização das rodovias federais e estaduais

8- recuperação da rodovia BR- 282 entre São Miguel do Oeste e Chapecó

9- melhoria nas condições da BR - 158 entre Maravilha e Irai

10- solução urgente da BR 163 (São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira)

11- fim da corrupção.

 AGENDA

Não há na agenda do governador Raimundo Colombo nenhum encontro com o movimento grevista. Uma das dificuldades apontadas é a falta de identificação de uma comissão que lidere o movimento, o que acaba dificultando as negociações. Entretanto, é aguardada a publicação de uma nota oficial por parte do governo falando a respeito do movimento e das medidas que serão tomadas.

Em Brasília, o assunto é tratado pelo governador Raimundo Colombo com o secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, que deverá receber em breve a pauta de reivindicações do movimento grevista.

Fonte: Folha do Oeste

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