Técnica de enxerto
acelera desenvolvimento da Araucária e aumenta a produtividade de pinhão
viabilizando o cultivo em larga escala
Um programa que vem
sendo desenvolvido há mais de 10 anos por pesquisadores da Universidade Federal
do Paraná (UFPR) saiu do laboratório e partiu para fase prática com a produção
em escala de árvores Araucárias enxertadas super produtivas.
A técnica desenvolvida
pelos pesquisadores Flávio Zanette e Ivar Wendling enxerta no caule de
Araucárias jovens um pequeno pedaço do caule de outra Araucária adulta de
excelente genética. A árvore enxertada acaba se desenvolvendo mais rápido e
produzindo mais pinhões. Atinge a maturidade em apenas oito anos e produz duas
vezes mais do que a média de um pinheiro normal.
O objetivo do programa
“O Resgate da Árvore Símbolo do Paraná” é tornar a produção pinhão uma
atividade altamente lucrativa de forma que os produtores sejam incentivados a
plantar até 10 milhões de pinheiros no estado nos próximos anos ajudando a
recompor a vegetação nativa.
O programa tornou-se
viável com a aprovação da lei estadual 20.223/2020 que permite aos produtores
além da exploração da venda do pinhão o comércio da madeira da Araucária
proveniente de reflorestamento.
Nesta quarta-feira
(23/09) foi apresentado à imprensa um viveiro localizado em Piraquara com 20
mil mudas de Araucárias dedicadas a enxertia. A área é de propriedade de dois
empresários que apostaram na ideia, Francisco Simeão e Luiz Bonacin.
De acordo com o
pesquisador Flávio Zanette é uma iniciativa pioneira no Brasil que associa a
preservação ambiental e o desenvolvimento econômico. “É o primeiro viveiro
particular do Brasil que visa o resgate da Araucária e produz árvore enxertada
exclusivamente para a produção de pinhões e madeira”, disse.
Ele explicou as
vantagens da árvore enxertada. “Em primeiro lugar existem muitas variedades de
Araucária, algumas dão pinhão pequeno, outras produzem maiores. Normalmente
leva 15 anos ou mais para produzir. Já a enxertada começa a produzir a partir
dos oito anos de idade pinhões grandes de excelente qualidade”.
O empresário Luiz
Bonacin explicou que a técnica é simples e rentável. “O viveiro tem que ser em
um local adequado com um pouco de sombra, uma cerca para evitar o ingresso de
animais e irrigação. Economicamente, se for feito em larga escala com a orientação
técnica adequada, é possível ter rentabilidade maior até mesmo que outras
culturas mais populares como o Soja”, finalizou.
Fonte: IAP