Política - 14 de Abril de 2020 - 09h28

​Governador quer gastar R$ 76 milhões com leitos hospitalares provisórios

Foto: Divulgação

O deputado estadual Mauricio Eskudlark, fez duras críticas ao governador do estado Carlos Moises, quanto a aplicação dos recursos destinados ao combate a pandemia.

Eskudlark disse que o governador está errado em gastar mais de R$ 76 milhões afim de fazer leitos para atender os possíveis infectados com o coronavirus. Os leitos seriam criados na região de Itajai.

Os gastos para a instalação do hospital de campanha, o que não resolve, caso os necessitados tenham que ser atendidos com esse serviço.

O deputado cita que os hospitais regionais de todo o estado, estão com grande capacidade para receber pacientes em enfermaria e o que falta é UTI, as quais não estão sendo equipadas com o dinheiro disponível. "Se os valores forem aplicados nos hospitais os leitos ficam para atender a população depois da atual situação, melhorando assim o problema de UTIs de praticamente todos os hospitais do estado, sem contar que cerca de 400 profissionais terão que ser remanejados de várias partes do estado, tornando mais caótico a situação que já está" - disse Eskudlark.

As críticas de vários deputados se sucederam e o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de SC, suspendeu o contrato para a instalação do referido hospital.

Duras críticas ainda recaem por parte dos deputados e da população de SC, quanto a contratação sem licitação de uma empresa para divulgar as ações do combate a pandemia, por R$ 2,5 milhões, o que daria para montar inúmeras UTIs com respiradores em hospitais, que alias pelo que se observa estão praticamente vazios.

O deputado Valdir Cobalchini foi para as redes sociais e declarou não ser mais integrante indicado pela Assembleia Legislativa ao Grupo de Enfrentamento Econômico à crise da Covid-19.

Segundo Cobalchini, não haveria nenhuma ação sem primeiro ouvir o Grupo e o Governador contrariando tudo e a todos, vem tomando decisões isoladas, não discutindo as questões no mínimo necessárias.

Pedido de impeachment

Alexander Brasil, advogado e líder do Movimento Vem Pra Direita Floripa, protocola pedido de impeachment contra o Governador de Santa Catarina.

Uma sequência de violações ao princípio da razoabilidade, ao pacto federativo e aos direitos fundamentais emanados da Constituição Federal gerou cometimento de crimes de responsabilidade, improbidade administrativa e contra a segurança nacional são os argumentos que baseiam a denúncia contra o governador.

A quarentena imposta pelo governador Moisés a partir do decreto estadual do dia 17 de março contém diversas agressões e imposições arbitrárias contra os direitos mais essenciais do cidadão catarinense, seja ele rico ou pobre, empregado ou empregador.

A denúncia que foi protocolada elenca dezenas de graves crimes que foram cometidos pelo Governador em seu decreto configurando um verdadeiro caso de abuso de poder. Com o decreto, Moisés não só paralisou de forma inadvertida a economia gerando desemprego de mais de 150 mil pessoas em 15 dias, como descumpriu flagrantemente as diretrizes do Governo Federal que solicitava medidas “ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública”.

Sob um falso pretexto de “embasamento científico” em sintonia com decretos de outros governadores estaduais, que promoveram uma politização do pandemia com fins eleitorais, as medidas de intervenção na indústria, fechamento arbitrário do comércio e do setor de serviços impostas pelo Decreto burocrático do Governador, bem como a proibição da livre circulação das pessoas nas mais variadas situações garantidas pela Constituição, configuraram crimes contra a própria população que o elegeu. Moisés atuou além das suas atribuições constitucionais, extrapolando seus poderes legais e infringindo diversas normas jurídicas que motivam esse pedido de impeachment.

A linha mestra da denúncia reside no fato que a proibição das diversas atividades contidas no decreto somente seria possível por decreto do Presidente da República em âmbito federal desde que fosse declarado o estado de sítio com o aval do Congresso Nacional - o que nunca aconteceu.

Moisés e suas sucessivas canetadas extrapolaram, em muito, os limites razoáveis de suas competências legais e as consequências serão certamente as mais nefastas de nossa história.

Não cabe a nenhum governador deste país proibir a livre circulação de pessoas, nem mesmo nas praias e encostas (de responsabilidade da União), mesmo sob pretexto “científico” uma vez que viola os artigos fundamentais da Constituição Federal de 1988, nas suas bases mais elementais:

1. Direito de ir e vir

2. Direito ao trabalho

3. Direito à livre reunião pacífica

4. Direito a prática de culto religioso

5. Direito de manifestação política pacífica

Moisés, de forma irresponsável, colocou em situação de desespero milhares de trabalhadores que de forma abrupta perderam seus empregos devido a quarentena imposta. Essa situação por si só justifica o pedido de impeachment apresentado.

Ainda outros fatos de irresponsabilidade caem sob o governador, que mesmo com quarentena imposta e diante de uma situação fiscal ainda desconhecida, não hesitou em aprovar, durante a quarentena, gastos exorbitantes e desnecessários, como o contrato de iluminação da Ponte Hercílio Luz, de 7,6 milhão de reais, ou com gastos em publicidade contra o Covid-19 na ordem de 2,5 milhão de reais.

Assim como Moisés surfou na onda bolsonarista para se eleger, emergindo do mais puro anonimato político, agora o mesmo governador afunda no seu próprio caos criado ao adotar medidas absurdas, inconstitucionais, irresponsáveis e imorais contra a dignidade dos trabalhadores catarinenses.

A denúncia e pedido de Impeachment conta ainda com assinaturas de apoio de Maycon Silveira e dos advogados Drs. Adailto Mendes e Marcelo Bertolla.

Fonte: CampoErê.Com

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