Jornalista e advogado Ageu Vieira,
pesquisa documentos antigos e em seu perfil na internet fez uma publicação
muito interessante.
Cabe entender que daquela época (1913) pra
cá pouca coisa ou quase nada mudou nos governos. A autorização para construção de
um ramal ferroviário, nunca saiu e se perdeu no tempo.
Diz o texto da pesquisa: (não há erro de
digitação, o documento foi escrito assim mesmo)
Em 1913, o governo federal chegou a
autorizar a construção de um ramal ferroviário até Campo Erê, ligando a região
Extremo Oeste à Ferrovia São Paulo – Rio Grande.
No jornal Correio Paulistano, edição de
10 de fevereiro de 1913, na primeira página, foi publicada a decisão do governo
alterando uma lei e determinando a construção da ferrovia. A edição trazia a
seguinte notícia:
“Foi publicada ante-hontem, com data de 1
deste mez, o decreto seguinte, que corrige alterações com que foi publicada a
lei n. 2.738 de janeiro findo, que fixou a despesa geral da Republica para o
exercicio de 1913:
O presidente da República dos Estados
Unidos do Brasil:
Faço saber, á vista do que consta dos officios da Camara dos Deputados
expedidos ao Ministerio da Fazenda em 8, 9 e 23 de janeiro findo, sob os ns. 5,
6 e 8, que a lei n. 2.738, de 4 do mesmo mez, que fixa a despesa geral da
Republica para o exercício de 1913, deve ser executada com as seguintes
correcções:
[...]
O artigo 74 é assim redigido: “Fica o
governo autorizado a contractar com a Companhia S. Paulo-Rio Grande, ou com
quem mais vantagens offerecer, a construcção do prolongamento do ramal dessa
estrada com destino a Guarapuava, a fim de ligar esta cidade ao logar
denominado Barracão, nas Missões Argentinas, passando por Palmas, Clevelandia e
Campo Erê, á rêde da Estrada de Ferro S. Paulo-Rio Grande”.
A lei orçamentária, em relação a esse
projeto, jamais saiu do papel.
A estrada de ferro
acabou provocando a Guerra do Contestado, no Planalto Norte Catarinense, Vale
do Rio do Peixe e uma vasta região do Oeste de Santa Catarina, devido à
expulsão de caboclos e posseiros que viviam nas terras cedidas pelo governo à
companhia norte americana como pagamento pela construção da ferrovia São Paulo
- Rio Grande.
Fonte: CampoErê.Com/Ageu Vieira