“A preguiça é a
“muleta” dos incompetents. Só alcançará o sucesso quem conseguir caminhar sem
ela” Fabiano de Abreu
Conhecida como um dos sete pecados capitais, por definição, a
preguiça pode significar
desde a falta de disposição para realizar determinada tarefa, até um tipo de aversão pelo trabalho, sendo o refúgio e a desculpa mais usada por aqueles
que preferem viver em um confortável estado de inércia. Embora não existam definições médicas ou psiquiátricas que
classifiquem a preguiça como patologia, novas teorias filosóficas e antropológicas apontam que a preguiça, na verdade, pode esconder em si outras ‘motivações’ que vão muito além da falta de vontade de
realizar.
O filósofo e escritor Fabiano de Abreu em uma de suas mais recentes teorias
aponta que escolher o caminho da preguiça pode não ser o mais inteligente a se
fazer: “o preguiçoso usa a
sua preguiça como muleta para se escorar e evitar fazer as coisas que não
gosta. Para vencer a preguiça precisamos utilizar a inteligência, e isso, exige esforço, esforço que o preguiçoso não está disposto a
fazer. Uma pessoa inteligente não se permite ser preguiçosa, pois, sabe que a vida é curta e se optar pela
procrastinação sempre, então não conseguirá tirar o melhor proveito dela. Além disso, são muitas as consequências de não cumprir um
prazo, de não realizar o trabalho que foi solicitado, de não arrumar a casa, ou
seja, as consequências, que a falta de ação, podem trazer à sua vida”.
Tipos de preguiçosos
Dentro deste conceito, Fabiano de Abreu elenca alguns tipos de preguiçosos
e aponta suas principais características, com base em suas observações e teorias do
comportamento humano:
A preguiça do vaidoso: Não
fazer por medo de errar. Postergar para não ter que fazer efetivamente e por
medo de receber críticas.
A preguiça do tímido: Me disfarço de tímido por medo de aparecer, já que tenho medo
de errar.
A preguiça do satisfeito: O
que se diz satisfeito usa a preguiça para não ter que fazer mais coisas.
A preguiça do usuário do WhatsApp: Usa a desculpa de não ter tempo e não dá atenção, não responde nem tem interesse em ouvir àqueles que acredita não serem tão interessantes. Utiliza da preguiça para
fugir de uma situação que acredita ser desconfortável para si mesmo.
A preguiça do desmotivado: Por motivo de depressão ou por ansiedade, a pessoa
se encontra em estado de total desmotivação e não encontra sentido na vida, nem possui vontade de realizar absolutamente
nada.
Como vencer a preguiça?
Segundo o filósofo,
todos estão suscetíveis a serem visitados pela preguiça, mas
existem meios de vencê-la, sendo firme e resiliente: “Eu utilizo uma
abordagem muito prática para vencer a preguiça. Afinal, às vezes, a preguiça
também me visita, e quando ela aparece, eu luto até que eu saia vencedor. Uma hora você para de reclamar das coisas que tem que
fazer e simplesmente faz. Mas é preciso começar de alguma forma, senão somos
condenados a incompetência perpétua. A preguiça tem
poder de persuasão, mas eu tenho mais. E quando esse tipo de pensamento surge,
percebo rapidamente que estou perdendo a batalha e não me dou por satisfeito.
Um dia olhei para baixo e vi minha barriga levemente saliente, então coloquei
meu tênis de corrida e percorri alguns quilômetros. Caminhei,
como sempre faço, assistindo um documentário na esteira. Coloquei o fone de ouvido
e me senti mais forte do que nunca, mais forte do que a preguiça, pelo menos, e
isso já bastou para que eu pudesse iniciar o meu dia com satisfação pessoal”.
Fabiano aponta que vencer a preguiça é uma luta diária e constante: “não é fácil vencê-la, e para isso é preciso agir. É preciso ter atitude, e essa atitude vem em milésimos de segundo. Você precisa ir lá e fazer. A motivação nos leva à ação, logo o segredo é descobrir o que nos motiva. Quando nos colocamos em ação funcionamos como
uma locomotiva, e então
vencemos a preguiça hoje,
agora, e nenhuma engrenagem falha”.
Use a ira para vencer a preguiça
Se você tem muita
dificuldade em vencer a preguiça, o filósofo dá uma dica inusitada, de usar a ira e a raiva como combustível para acender
a chama da sua motivação: “se não consegue
de jeito nenhum acordar motivado, ou pelo menos, se motivar depois que acorda,
talvez lembrar de uma situação, ou de alguém que te inspire a ser melhor, pode ser um facilitador para te colocar em
ação, o que também pode ser um motivo para te deixar irado,
com raiva por não conseguir ser como aquela pessoa, e por não conseguir mudar
alguma situação que o incomoda. Percebi que para algumas pessoas essa raiva
pode ser uma aliada para vencer a preguiça. No momento em que passam a usar a
energia da raiva como impulsionadora para realizar algo positivo em suas vidas,
os sonhos ganham forma, e os objetivos passam a parecerem mais tangíveis. A raiva
canalizada positivamente te projetará, te dará forças e te motivará a fazer melhor do que você fez ontem.
Devemos pegar aquela energia toda que a raiva gera em nós, e fazer algo para o bem de todos, não para o
mal. O que a maioria das pessoas pensa é que a raiva é um sentimento ruim, sentimento esse que sempre resultará em algo violento
ou agressivo, e isso não é verdade”.
Segundo ele, existem tipos de raiva que podem impulsionar a pessoa para
vencer: “Os preguiçosos sentem raiva, mas sentem uma raiva piedosa, uma raiva que se
compadece, e se vitimiza. Já os raivosos ativos são pessoas eloquentes, tanto
ou mais que a dona preguiça. Seguram no rabo do foguete e fazem acontecer.
Motivados e movidos por essa energia, eles conseguem passar do estado negativo,
para o estado positivo/criador, de forma fluida e lúcida. As ações justificam a nossa existência. Se nada faço, nada sou. A preguiça faz com que sejamos menos quando
podemos ser mais”.
Fonte: MF Press Global