Desarticulada por investigação da polícia civil, por meio da
divisão de investigação criminal de São Miguel Do Oeste – DICFron, ex-prefeito,
ex-secretário municipal, ex-vereador, um servidor público e empresários foram
indiciados e condenados pelos crimes de formação de quadrilha, fraude à
licitação, ameaça e oferecimento de vantagem para afastar licitante, concussão
(exigir vantagem indevida) e crime de responsabilidade - utilização indevida de bens e serviços
públicos.
Conforme Cléverson Luis Müller, Delegado de Polícia
responsável pela conclusão da investigação, o Inquérito Policial ultrapassou mil
páginas e foi instruído com dezenas de depoimentos, documentos, laudos
periciais, análise técnica de quebra de sigilo fiscal, interceptações
telefônicas, relatórios de investigação, tomadas fotográficas, filmagens, além
da análise de diversas licitações suspeitas realizadas na gestão Municipal de
São Miguel do Oeste de 2008/2012.
A investigação reuniu elementos probatórios capazes de
indiciar o ex-prefeito Nelson Foss
Da Silva, o ex-secretário de Infraestrutura Idemar Jose Guaresi, o
servidor Jovito Carlos Sodre, o empresário e ex-vereador Luiz Carlos
Cozer (“peninha”), o presidente da Cooperativa Mista de Profissionais
Autônomos e Comércio de Materiais, Ivan Carlos Corassa, os
empresários Renato Roque Gusi e Ricardo Barazzetti por
fraudarem, ao menos, nove procedimentos licitatórios, cujos valores
ultrapassavam dois milhões de reais.
A investigação foi denominada "Operação Patrão"
pois era assim que o secretário e os empresários tratavam o ex-prefeito.
A sentença publicada nesta segunda-feira, 11) totalizou
penas privativas de liberdade superiores a 75 anos, ressaltando-se as penas do
ex-prefeito 24 anos, 2 meses e 20 dias, do ex-secretário Idemar 14 anos e 3
meses, e do empresário e ex-vereador Luiz a 18 anos, 09 meses e 20 dias, todos
para cumprimento em regime inicialmente fechado.
Da decisão cabe recurso.
Diga-se que a “Operação Patrão” culminou com a instauração
de outros quatro Inquéritos Policiais, todos já remetidos ao Poder Judiciário,
além do compartilhamento de prova nos autos da Operação Patrola do GAECO de
Tangará.
Dos outros Inquéritos Policiais decorrentes da “Operação Patrão”, dois deles já condenaram o ex-secretário Idemar ao total de 6 anos e 11 meses de prisão por crimes previstos na Lei nº 8.666/93, crime pelo qual também foi condenado o empresário F a pena de 3 anos e 6 meses.
Fonte: PC